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Pool de mineração da Qubic que mira Monero sofre ataque

Um pool de mineração está no meio de uma polêmica tentativa de controlar 51% da rede Monero, e a situação ficou ainda mais tensa com um ataque DDoS, que tem atrapalhado os planos. Sergey Ivancheglo, que comandaria essa tentativa, revelou em suas redes sociais que o pool de mineração Qubic, sob sua supervisão, está enfrentando um ataque que resultou na redução do hashrate, caindo de 2,6 giga hashes por segundo para apenas 0,8 GH/s.

Ivancheglo foi questionado sobre a viabilidade de um ataque DDoS como resposta a essa tentativa de tomada e se haveria algum custo. Ele afirmou que não, já que, segundo ele, os atacantes estariam utilizando uma rede de computadores infectados, chamada botnet, para minerar Monero sem gasto algum. “Não tem custo, se você já tem a botnet minerando”, disse ele, indicando que estavam preparando-se para um ataque contínuo.

Para entender melhor, um ataque DDoS (negação de serviço distribuída) inunda um servidor com tráfego excessivo, deixando-o inacessível. Normalmente, isso é feito por meio de redes de dispositivos infectados. É um cenário que causa dor de cabeça para muitos, especialmente em uma ocasião tão delicada como esta.

A situação do pool Qubic

Na segunda-feira, Ivancheglo voltou a se manifestar, afirmando que o pool Qubic ainda estava sob ataque DDoS e que essa situação já durava seis horas. Ele também anunciou que a equipe tentou reforçar as defesas para minimizar as interrupções. “Vamos ver do que esses desesperados são capazes”, provocou ele.

Uma investigação mostrou que o pool Qubic estava operando normalmente. A análise indicou que as respostas do servidor estavam dentro dos padrões esperados, o que sugere que o ataque DDoS, se realmente ocorreu, pode não ter sido tão bem-sucedido. No entanto, não é possível confirmar se um ataque havia ocorrido anteriormente.

Dados apresentados pelo MiningPoolStats indicam que o Qubic tinha se tornado inativo em termos de hashrate desde 30 de julho. Mesmo assim, há registros que afirmam que sua mineração, embora intermitente, conseguia atingir picos de 1,6 GH/s quando mudava para minerar Monero.

Acusações de DDoS e implicações

Ivancheglo levantou suspeitas de que Sergei Chernykh, desenvolvedor do software de mineração XMRig, poderia estar por trás desses ataques DDoS. Em uma conversa em uma rede social, Chernykh fez comentários sobre uma “solução” para proteger o Monero, levando a uma série de especulações.

Em resposta, Chernykh negou as acusações e afirmou que nunca se envolveu em qualquer tentativa de ataque DDoS. Ele disse que suas declarações visavam soluções legais e que não havia evidências concretas de que um ataque tivesse acontecido. Chernykh reforçou que o que se passa na comunidade do Monero não deve ser motivo para ações ilegais.

O Monero é uma criptomoeda com forte foco em privacidade, sendo frequentemente associado a transações anônimas na deep web. Por isso, é alvo de diversas controvérsias envolvendo sua utilização em mercados ilegais.

A batalha pelo controle do Monero

Como já foi relatado por diversas fontes, a Qubic está utilizando sua força de mineração para tentar domar a rede do Monero. Assim que o pool de mineração cresceu rapidamente, a participação de mercado da Qubic começou a cair quando a comunidade percebeu os planos de assumir o controle.

Os Moneros minerados pela Qubic são utilizados para financiar queimas de tokens e recompra dentro do ecossistema Qubic, onde os mineradores recebem pagamentos em tokens Qubic. Ivancheglo admitiu sua intenção de tentar controlar a maior parte do hashrate para garantir que blocos minerados por outros pools fossem rejeitados, efetivamente centralizando o poder.

Chernykh sugeriu que o Monero deveria direcionar seu hashrate para um pool menor ou para o P2Pool, um sistema descentralizado onde os mineradores colaboram de forma mais equitativa, sem depender de um servidor único. Essa questão sobre a concentração do hashrate é um desafio antigo enfrentado pela rede Monero.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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